Gestos na Ministração



Este assunto é bastante interessante e muitas vezes se torna até polêmico dependendo do meio em que for comentado.
Baseemo-nos na palavra de Deus, de maneira especial no livro dos salmos onde por muitos versículos podemos perceber que os salmistas nos orientam a louvar de diversas maneiras, mas de maneira especial no salmo 50, versículo 4, nos diz: “Louvem-no com tímpanos e com danças.” Em outros momentos a palavra nos orienta a “erguer as mãos ao santuário e bendizer ao Senhor”. Vejamos que os gestos muitos mais do que para qualquer outra finalidade são para louvar a Deus.
Certa vez ouvi dizer: “Os gestos intensificam o sentimento”. Muitas vezes nas nossas ministrações nos apegamos tanto a estes fatos que não queremos escolher outro tipo de música que não sejam aquelas que tenham a finalidade unicamente de fazer com que as pessoas gesticulem, pulem, dancem, em fim. E se não vermos as pessoas de tal modo perece até que a ministração não valeu, ou que para que elas sejam aliviadas de seus fardos quando chegam em nossos grupos o remédio de fato, seja dar alguns pulinhos.
Louvar a Deus não quer dizer dar pulos, ou bater palmas, pode até fazer parte. Louvar muito mais do quer qualquer outra coisa é reconhecer que Ele está acima de tudo me nossa vida, é agradecer-lhe muitos mais do que por aquilo que ele faz, mas por aquilo que ele é, o Senhor.
Nas minhas andanças por ai e até mesmo no meio que em que vivo, por causa da cultura que se foi adquirindo com o passar dos tempos, em meio aos nossos louvores a finalidade da música, muito mais do que ser um veículo que faria a pessoa se prostrar e reconhecer a majestade de Deus acabou sento uma forma de entretenimento de passa tempo e animação ou outros nomes que queiramos dar. Claro que graças aos apelos do Espírito essa forma de pensar tem mudado aos poucos. Mas ainda é uma forma estranha ao nosso povo.
Penso que em uma ministração de louvor precisa levar a assembléia a se derramar diante de Deus, o ministro precisa ter consciência do lugar para onde ele precisa direcionar aquele povo, ou seja, ele deve ser antes de tudo um pessoa cheia de experiência, que saiba de fato, o que deve ministrar, que caminhos deve apontar para o povo que lhe foi confiado.
Quando louvamos acontece o que se chama de descentralização, ou seja, o centro deixa de ser o meu problema, a minha preocupação, e Deus vai assumindo o seu lugar e, desta forma a graça começa acontecer podemos ver isso claramente em Atos 16, 25 seguintes. A palavra relata que eles estavam algemados e muito machucados por causa dos açoites, e eles começaram a cantar um hino a Deus. Não a relatos que hino era esse, se seu andamento era rápido ou lento, mas o que mais importava nesta situação é para onde, ou melhor para quem aquele hino os conduzia. Havia uma finalidade ao ser entoado aquele hino. E qual era? Louvar a Deus, declará-lo Senhor de toda aquela situação.
Veja, deste o modo reafirmo que nossos ministros precisam ser pessoas de consciência, que saibam em primeiro plano que nós não ministramos música, mas louvor, o fato de cantarmos ou tocarmos é muitos mais do que fazer as pessoas nos admirarem pelos arranjos que fazemos, mas reconhecerem sim os arranjos que o Divino Maestro faz na vida delas e serem gratas por isso oferecendo assim suas vidas a ele.
Ministrar louvor é muito mais do que levar as pessoas a repetirem as letras das nossas canções, é mais do que fazer com que elas gesticulem atendendo aos nossos comandos, mas é fazer com elas entendam que Deus as ama por isso elas podem se expressar com liberdade diante dele. O nosso prazer não deve estar em ver as pessoas eufóricas e suadas em nossas ministrações, mas em perceber que elas estão crescendo em intimidade, pois às vezes as pessoas pulam tanto, dançam maravilhosamente, mas na hora dar a Deus o que está em seu coração por palavras o silêncio reina.
Falo destas coisas por que por muitos anos em meu ministério eu também agia deste modo, achando que a eficácia da ministração estava em ver a euforia das pessoas. Onde as músicas de louvor eram as mais ritmadas, perceba ai onde as coisas iam dar. Aos poucos fui percebendo junto com meus irmãos que havia alguma coisa erra, pois as pessoas não eram livres para levantar as mãos a não ser que a letra da canção pedisse, ou para louvar em palavras, era necessário que disséssemos os motivos pelos quais elas tinham que louvar.
E percebendo isso o Senhor foi nos educando e nos dando uma nova forma de agir primeiramente diante dele em nossas expressões, pois tudo precisava começar em nós, já que estávamos como condutores. Entendemos que precisamos ser uma inspiração, livres na nossa forma de louvar, ousados, pois diante de Deus não há limites, pois estamos na casa do nosso Pai. Esta visão trouxe para o nosso ministério todo um diferencial, hoje eu amo participar das ministrações conduzidas por meus irmãos. Hoje para nós é muito mais do que gesticular, é adorar, usar o nosso corpo para glorificar o nome do Senhor.
Não quero afirmar aqui que há proibições, mas que os nossos ministros precisam saber o que estão fazendo, para que algo tão tremendo como a ministração do louvor por meio da música se torne tão pobre. A palavra no diz que o Senhor habita em meio aos louvores de Israel, e é necessário fazer com que o povo perceba essa presença que está em meio aos nossos louvores, pois somos o Israel de Deus hoje, e se louvamos ele estará no meio de nós para fazer acontecer milagres e prodígios e, mesmo que os milagres não aconteçam ter a graça de adorar a sua presença já e muita coisa.
A nossa Igreja precisa de pessoas treinadas não por teoria simplesmente, mas na experiência ou seja, que vivenciem o ministério de louvor como algo sério e poderoso que o poder de aproximar as pessoas de Deus e serem livres e aderirem dia após dia a seus ensinamentos, de honrá-Lo muitos mais do que com saltos e gritos ,mas com uma vivencia fiel e de compromisso com o Reino.
Que o Senhor que é digno de todo louvor nos ajude a cada mais perceber quão foi o tesouro que ele colocou em nossas mãos, para o administremos com todo fervor e caridade.

Paz e bem!
Jair José do Nascimento