“Com arte sustentai a louvação” (Salmo 32)




No versículo acima, a Palavra de Deus nos convida a dar o melhor de nosso louvor ao Senhor. Hoje, em nossas igrejas, diante do serviço que prestamos na casa do Senhor, é preciso que nos preocupemos em fazer da melhor forma possível aquilo que nos foi confiado pelo próprio Deus. Os nossos dons devem ser usados a serviço do Reino dos Céus, para “sustentar” o louvor a Deus na terra. Com arte, porque deve ser feito com amor, responsabilidade e muita dedicação; a louvação, porque deve servir à glorificação do nome do Senhor.

Num tempo em que os mais diversos conhecimentos são facilmente acessíveis a todas as pessoas, os serviços prestados a Deus, na igreja, não podem permanecer no campo do improviso e do amadorismo. Precisamos ser profissionais no que fazemos! E não digo, necessariamente, expertos e diplomados, mas, no mínimo, servos detentores de noções técnicas e teóricas acerca da missão que desempenham. Não podemos dar menos (e com menos qualidade) a quem merece o melhor.

O problema se encontra achar que somente a fé é suficiente para a realização de um trabalho bem feito. Sem dúvida, a graça de Deus acontece quando nosso coração se volta para Ele naquilo que fazemos, mas o conhecimento (adquirido pelo estudo e pela própria experiência de caminhada) acresce com um tom de qualidade e eficácia os esforços de arte-evangelização realizados. Por isso, o aprimoramento (técnico-teórico) na área em que atuamos se faz indispensável.

É assim no ramo da música! Um dos mais importantes e influentes meios de evangelização que, para ser feito com arte, requer dedicação, interesse e, também, sacrifício. Uma vez que, não querendo pagar o preço a nós imposto pela opção do serviço exercido - ou mesmo não encarando com seriedade e compromisso o serviço prestado à casa do Pai - acabamos dando a Deus as nossas sobras; em outras palavras, as migalhas do tempo e dos esforços que sobram da nossa vida tão ocupada com as coisas efêmeras deste mundo.

Neste tempo, muitos grupos e ministérios de louvor têm emergido. E isso é muito bom! Belas vozes, arranjos, composições, execuções instrumentais. Frutos provenientes de doação e empenhos que muito alegram o coração do Senhor.

A intimidade com Deus e a plena inclinação à sua vontade são, sem dúvida, atributos que demarcam a essência dos que se dispõem ao serviço do Senhor na ministração do louvor. Quem se encontra nessa posição é chamado a conduzir o povo de Deus - por meio do louvor – ao céu. Ou seja, o ministro de louvor é responsável por levar os fiéis à intimidade com o Pai. Daí a necessidade de ele ser um homem de oração, visto que sem o conhecimento desse caminho (o do louvor e da oração), não é possível conduzir o povo a meta (ao céu).

Um outro aspecto a ser destacado - como direção também apontada pela Palavra de Deus - refere-se ao fato de que tudo deve ser feito com arte, isto é, técnica! Não basta fazer (de qualquer jeito), é preciso saber o que se está fazendo; é necessário que haja conhecimento e organização. Não esqueçamos: o trabalho precisa ser bem feito, com um grau de “perfeição” compatível a quem ele é destinado.

Contudo, infelizmente, o que se percebe é não só uma falta de organização, mas de conhecimentos próprios da atividade realizada. Na música, por exemplo, noções de postura, posição do microfone, articulação, respiração, expressão e até mesmo figurino são indispensáveis para a execução de um bom trabalho de evangelização. Ministrar de sandália, com roupas comumente usadas no dia-a-dia, microfones quase dentro da boca (como se fossem pirulitos), carência de postura e articulação adequadas são exemplos, flagrantes, de quem ainda insiste em manter uma postura muito amadora na condução dos trabalhos que desenvolve.
Outras preocupações (mais técnicas) também são essenciais para uma maior qualidade nas ministrações. A saber: altura dos instrumentos e microfones (que devem ser sustentados, preferencialmente, na altura do peito); tons adequados ao timbre do cantor(a); arranjos (backing vocals) – cuja intensidade não pode ser maior do que a do líder de louvor.

E é por isso que, em nome da missão e do povo que nos foi confiado, todos esses cuidados, digamos assim, não são dispensáveis. São necessários porque nos encontramos diante da presença do Senhor, e também das pessoas; e por isso temos o dever de ser “inspiração”, “referência”, não somente como músicos, mas também como homens e mulheres de oração.

Desse modo, se Deus nos chamou à ministração do louvor, esta deve ser feita com arte, elegância e responsabilidade. Pois é algo de muita importância, não só para os fieis, mas também para o ministro, que deve fazer do louvor, um momento de intimidade com Deus. Por isso, meus irmãos, busquemos crescer cada vez mais, enraizar os nossos dons no ministério que o Senhor escolheu para nós. Pois se quisermos ser melhores, precisamos dar passos. E Deus responde aos nossos esforços.

Paz e bem.


Jair José
(Coordenador Geral do Ministério de Música)